quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
COMO NASCEU A ALEGRIA (Rubem Alves)
Você pode
não acreditar, mas é verdade: muitos anos atrás a
terra era um jardim maravilhoso. É que os anjos,
ajudados pelos elefantes, regavam tudo, com regadores
cheios de água que eles tiravam das nuvens. Esta era a
sua primeira tarefa, todo dia. Se esquecessem, todas
as plantas morreriam, secas, estorricadas... Para que
isso não acontecesse, Deus chamou o galo e lhe disse:
- Galo, logo que o sol aparecer, bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes acordem...
E é por isto que, ainda hoje, os galos cantam de manhã...
- Galo, logo que o sol aparecer, bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes acordem...
E é por isto que, ainda hoje, os galos cantam de manhã...
Flores havia aos
milhares. Todas eram lindas. Mas, infelizmente, todas
elas eram igualmente vaidosas e cada uma pensava ser a
mais bela.
E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas se perguntavam, sem parar:
- Não sou a mais linda de todas?
Até pareciam a madrasta da Branca de Neve. Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem percebiam que todas eram igualmente belas.
Por isso, todas ficavam sem resposta.
E eram, assim, belas e infelizes.
No meio de tanta beleza infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu. Uma florinha, que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer. A florinha nem ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala macia. Era amiga.
E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas se perguntavam, sem parar:
- Não sou a mais linda de todas?
Até pareciam a madrasta da Branca de Neve. Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem percebiam que todas eram igualmente belas.
Por isso, todas ficavam sem resposta.
E eram, assim, belas e infelizes.
No meio de tanta beleza infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu. Uma florinha, que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer. A florinha nem ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala macia. Era amiga.
Até que ela começou a
notar que as outras flores a olhavam com olhos
espantados. E percebeu, então, que era diferente.
- Por que é que as outras flores me olham assim, papai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha pétala...?
- Por que será? Que é que você acha?, perguntou o pai.
- Por que é que as outras flores me olham assim, papai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha pétala...?
- Por que será? Que é que você acha?, perguntou o pai.
Na verdade, ele bem
sabia de tudo. Mas ele não queria dizer. Queria que a
florinha tivesse coragem para olhar para as vaidosas e
amar a sua pétala.
- Acho que é porque
eu sou meio esquisita..., a florinha respondeu.
E ela foi ficando
triste, triste... Não por causa da sua pétala rachada,
mas por causa dos olhos das outras flores.
- Já estou cansada de
explicar. Eu nasci assim... Mas elas perguntam,
perguntam, perguntam...
Até que ela chorou.
Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e infelizes.
A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima quente, porque as outras flores não choravam.
E ela chamou a árvore e lhe contou baixinho:
- A florinha está chorando.
E a terra chorou também.
Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e infelizes.
A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima quente, porque as outras flores não choravam.
E ela chamou a árvore e lhe contou baixinho:
- A florinha está chorando.
E a terra chorou também.
A árvore chamou os pássaros e lhes contou o que estava acontecendo. E, enquanto falava, foi murchando, esticando seus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água...
Os pássaros voaram
até as nuvens.
- Nuvens, a florinha está chorando.
- Nuvens, a florinha está chorando.
E choraram lágrimas
que se transformaram em pingos de chuva...
As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva enorme, choro do céu.
As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos anjinhos que brincavam no céu macio. E quiseram saber o que estava acontecendo. E quando souberam que a florinha estava chorando, choraram também...
As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva enorme, choro do céu.
As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos anjinhos que brincavam no céu macio. E quiseram saber o que estava acontecendo. E quando souberam que a florinha estava chorando, choraram também...
E Deus, que era uma
flor, começou a chorar também.
E a sua dor foi tão grande que, devagarinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas pétalas.
E a sua dor foi tão grande que, devagarinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas pétalas.
E Deus ficou tal e
qual a florinha.
E aquele choro todo,
da terra, das árvores, dos pássaros, dos anjos, de Deus,
virou chuva, como nunca havia caído.
O sol, sempre amigo e brincalhão, não agüentou ver tanta tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris...
O sol, sempre amigo e brincalhão, não agüentou ver tanta tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris...
E as chuvas viraram
rios e os rios viraram mares. Nos rios nasceram peixes
pequenos. Nos mares apareceram os peixes grandes.
A florinha abriu os olhos e se espantou com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócegas no coração, e sua boca se entortou para cima, num riso gostoso...
A florinha abriu os olhos e se espantou com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócegas no coração, e sua boca se entortou para cima, num riso gostoso...
E foi então que
aconteceu o milagre.
As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca riam. Quando a florinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor apareceu. O perfume é o sorriso da flor.
E o perfume foi chamando bichos e mais bichos...
Vieram as abelhas... Vieram os beija-flores... Vieram as borboletas... Vieram as crianças. Um a um, beijaram a única flor perfumada, a flor que sabia sorrir. E sentiram, pela primeira vez, que a florinha, lá dentro do seu sorriso, era doce, virava mel...
As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca riam. Quando a florinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor apareceu. O perfume é o sorriso da flor.
E o perfume foi chamando bichos e mais bichos...
Vieram as abelhas... Vieram os beija-flores... Vieram as borboletas... Vieram as crianças. Um a um, beijaram a única flor perfumada, a flor que sabia sorrir. E sentiram, pela primeira vez, que a florinha, lá dentro do seu sorriso, era doce, virava mel...
Esta é a estória do
nascimento da alegria.
De como a tristeza
saiu do choro, do choro surgiu o riso e o riso virou
perfume.
A florinha não se esqueceu de sua pétala partida. Só que, deste dia em diante, ela não mais sofria ao olhar para ela, mas a agradava, como boa amiga.
Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram usados.
De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles, guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha... Enquanto a florinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim...
(Rubem Alves)
A florinha não se esqueceu de sua pétala partida. Só que, deste dia em diante, ela não mais sofria ao olhar para ela, mas a agradava, como boa amiga.
Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram usados.
De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles, guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha... Enquanto a florinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim...
(Rubem Alves)
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Contos do Leste
O Rei Sábio – Khalil Gibranz
UMA VEZ, governava a distante cidade de Wirani um Rei, que era poderoso e sábio. E era temido por seu poder e amado por sua sabedoria.
Ora, no coração daquela cidade havia um poço cuja água era fria e cristalina, e dela bebiam todos os habitantes, até mesmo o Rei e seus cortesãos; porque não havia outro poço.
Uma noite, quando todos dormiam, uma feiticeira entrou na cidade e verteu no poço sete gotas de um líquido estranho e disse: “Doravante, quem beber desta água ficará louco”.
Na manhã seguinte, todos os habitantes, menos o Rei e seu lorde Camarista, beberam da água do poço e ficaram loucos, tal como a feiticeira tinha predito.
E durante aquele dia, os habitantes, nas ruas estreitas e nos mercados, não faziam senão sussurrar, uns aos outros: “O Rei está louco. Nosso Rei e seu Lorde Camarista perderam a razão. Naturalmente não podemos ser governados por um Rei louco. Precisamos destroná-lo”.
Naquela noite, o Rei mandou que enchessem com água do poço uma taça dourada. E quando lha trouxeram, dela bebeu copiosamente, e deu a beber ao seu Lorde Camarista.
E houve grande regozijo naquela distante cidade de Wirani, porque o Rei e o Lorde Camarista tinham recuperado a razão.
Nasrudin vai correndo até sua casa e volta com uma corda com um gancho de ferro amarrado na ponta. Sem demora, atira a corda dentro do poço, dizendo de forma encorajadora: "Vamos, lua, agarre firme que já vou puxá-la para fora daí." Infelismente, a corda fica presa numa pedra grande no fundo do poço e Nasrudin precisa puxar com toda sua força. "Ufa!"pensa com seus botões. "Mas como a lua é pesada!"
De repente, a corda se solta num tranco e Nasrudin cai de costas no chão. Quando consegue recuperar o fôlego, ainda estendido no chão, ele se depara com a lua no céu, brilhando no meio das estrelas.
"Não foi nada fácil, mas conseguimos!" diz Nasrudin, dirigindo-se à lua. "Que sorte a sua eu ter chegado bem a tempo de poder ajudá-la! Foi um prazer estar a seu serviço. Adeus, lua, e boa noite!"
UMA VEZ, governava a distante cidade de Wirani um Rei, que era poderoso e sábio. E era temido por seu poder e amado por sua sabedoria.
Ora, no coração daquela cidade havia um poço cuja água era fria e cristalina, e dela bebiam todos os habitantes, até mesmo o Rei e seus cortesãos; porque não havia outro poço.
Uma noite, quando todos dormiam, uma feiticeira entrou na cidade e verteu no poço sete gotas de um líquido estranho e disse: “Doravante, quem beber desta água ficará louco”.
Na manhã seguinte, todos os habitantes, menos o Rei e seu lorde Camarista, beberam da água do poço e ficaram loucos, tal como a feiticeira tinha predito.
E durante aquele dia, os habitantes, nas ruas estreitas e nos mercados, não faziam senão sussurrar, uns aos outros: “O Rei está louco. Nosso Rei e seu Lorde Camarista perderam a razão. Naturalmente não podemos ser governados por um Rei louco. Precisamos destroná-lo”.
Naquela noite, o Rei mandou que enchessem com água do poço uma taça dourada. E quando lha trouxeram, dela bebeu copiosamente, e deu a beber ao seu Lorde Camarista.
E houve grande regozijo naquela distante cidade de Wirani, porque o Rei e o Lorde Camarista tinham recuperado a razão.
O Velho que Nunca Amou - Sufi
Conta-se
que um elevado e santo mestre falava a uma grande e atenta plateia.
Todos os presentes, velhos ou jovens, estavam fascinados com suas
palavras.
No auge deste encanto, quando o seu discurso a todos deslumbrava, entrou um fumador de ópio, e com a fala algo arrastada disse:
- Mestre, perdi o meu burro. Ajuda-me a encontrá-lo.
- Tem um pouco de paciência meu filho, eu vou achá-lo – respondeu-lhe o mestre enquanto continuava a falar para a plateia.
Após algum tempo, enquanto discursava, perguntou aos presentes:
- Existe alguém aqui entre nós que nunca amou?
Depois de um ligeiro silêncio houve um velho que se levantou e disse:
-
Eu nunca amei ninguém, desde a minha mais remota juventude. Nunca o
fogo da paixão consumiu minha alma. Para que a minha mente não se
confundisse, nunca deixei o amor ocupar meu coração.
Então, o venerado mestre voltou-se para o fumador de ópio que pouco antes o havia interrompido e disse-lhe:
- Aqui tens, meu filho, vê, acabo de achar o teu burro! Pega nele e leva-o daqui.
As Sonâmbulas - Gibran Khalil Gibran
Na cidade onde nasci, viviam uma mulher e sua filha; e ambas eram sonâmbulas.
Uma noite, quando o silêncio envolvia o mundo, a mulher e a filha,
caminhando a dormir, encontraram-se no seu jardim, meio velado pela
neblina.
E a
mãe falou: "Por fim, minha inimiga! Aquela por quem minha juventude foi
destroçada, que construiu sua vida sobre as ruínas da minha! Pudesse eu
matá-la."
E a
filha falou: "Ó odiosa mulher, velha e egoísta, que se antepõe entre
mim e meu Eu livre! Que gostaria de fazer de minha vida um eco de sua
vida fanada! Quem dera estivesses morta!"
Nesse momento, um galo cantou, e ambas as mulheres acordaram. A mãe
perguntou ternamente: "És tu, querida?" E a filha respondeu ternamente:
"Sim, querida."
A Lua no Poço - Nasrudin
Uma
noite clara e enluarada, Nasrudin vai ao poço tirar água. Ao olhar para
baixo, vê o reflexo da lua brilhando na água. "Nossa!", exclama. "A
pobre da lua caiu dentro da água! Espere, lua, que já vou tirá-la daí!"Nasrudin vai correndo até sua casa e volta com uma corda com um gancho de ferro amarrado na ponta. Sem demora, atira a corda dentro do poço, dizendo de forma encorajadora: "Vamos, lua, agarre firme que já vou puxá-la para fora daí." Infelismente, a corda fica presa numa pedra grande no fundo do poço e Nasrudin precisa puxar com toda sua força. "Ufa!"pensa com seus botões. "Mas como a lua é pesada!"
De repente, a corda se solta num tranco e Nasrudin cai de costas no chão. Quando consegue recuperar o fôlego, ainda estendido no chão, ele se depara com a lua no céu, brilhando no meio das estrelas.
"Não foi nada fácil, mas conseguimos!" diz Nasrudin, dirigindo-se à lua. "Que sorte a sua eu ter chegado bem a tempo de poder ajudá-la! Foi um prazer estar a seu serviço. Adeus, lua, e boa noite!"
O Credo do Amor - Rumi
Um dirigiu-se a porta da amada e bateu. Uma voz perguntou: 'Quem está aí?'
Ele respondeu: 'Sou Eu.'
Disse a voz: 'Não há lugar para Mim e para Ti.'
Fechou-se a
porta. Após um ano de solidão e privações, ele voltou e bateu. Uma voz
vinda de dentro perguntou: 'Quem está aí? '
O Homem disse: 'És Tú.'
A porta abriu-se para ele.
A Maneira de Dizer as Coisas - Sufi
Certa ocasião, o sultão sonhou que havia perdido todos os dentes.
Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.
- Que desgraça, senhor! - exclamou o adivinho.
Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.
- Mas que insolente! - gritou o sultão, enfurecido.
Como te atreves a dizer-me semelhante coisa?
Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem acoites.
Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho.
Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:
- Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada.
O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.
A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho.
E quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:
- Não é possível !
A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito.
Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem acoites e a você com cem moedas de ouro.
- Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer...
Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.
- Que desgraça, senhor! - exclamou o adivinho.
Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.
- Mas que insolente! - gritou o sultão, enfurecido.
Como te atreves a dizer-me semelhante coisa?
Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem acoites.
Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho.
Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:
- Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada.
O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.
A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho.
E quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:
- Não é possível !
A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito.
Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem acoites e a você com cem moedas de ouro.
- Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer...
Aprendendo a Conversar com Deus - Nasrudin
Nasrudin
aprendeu como pedir
Nasrudin,
certa vez, estava sem um burrico que o ajudasse em seus afazeres.
Desesperado, sem ter meios de encontrar um, começou a
orar, pedindo a Deus que lhe enviasse um burrico. Rezou por algum tempo
e, certo dia, ao andar por uma estrada, deparou-se com um homem montado
num burrico e atrás estava um outro burrico mais jovem.
Nasrudin aproximou-se do homem e este lhe disse:
- Mas que vergonha, eu estou trazendo um burrico de tão
longe, estamos todos esgotados, e aqui está este homem descansado, sem
fazer nada!
E ameaçando-o com uma espada, completou:
- Vamos! Coloque o burrico nas suas costas e venha
comigo até a próxima cidade!’
Nasrudin, com medo não disse nada, simplesmente
colocou o burrico em suas costas e seguiu o homem. Andaram por várias
horas e Nasrudin estava exausto de tanto peso. Ao entardecer, chegaram
na cidade mais próxima e o homem simplesmente fez Nasrudin descer o
burrico das suas costas e seguiu adiante, sem sequer agradecer.
Nasrudin ergueu os seus olhos para o céu e disse:
- Está bem, Deus. Aprendi a minha lição. Na próxima
vez serei mais específico...
O Mosquito- Rumi
Você se parece com um mosquito que se crê alguém importante.
Ao ver uma folha de palha flutuando numa poça de urina de asno, levanta a cabeça e diz:
Ao ver uma folha de palha flutuando numa poça de urina de asno, levanta a cabeça e diz:
"Há quanto tempo sonho com um oceano e com um barco! Aqui estão!"
Esta poça de água suja lhe parece profunda e sem limites,
pois seu universo tem o alcance de seus olhos. Tais olhos só vêem
oceanos semelhantes. De repente, o vento faz mover-se a folha de palha,
e nosso mosquito exclama:
"Que grande capitão sou!"
Se o mosquito conhecesse seus limites, seria semelhante a um falcão.
Mas os mosquitos não possuem o olhar do falcão.
Mas os mosquitos não possuem o olhar do falcão.
O Diamante - Sufi
O
Hindu chegou aos arredores de certa aldeia e ali sentou-se para dormir
debaixo de uma árvore. Chega correndo, então, um habitante daquela
aldeia e diz, quase sem fôlego:
- Aquela pedra! Eu quero aquela pedra.
- Mas que pedra? - pergunta-lhe o Hindu.
- Ontem à noite, num sonho, vi meu Senhor Shiva. Ele me disse que se eu fosse para os arredores da cidade, ao pôr-do-sol, eu encontraria um Hindu, que me daria uma pedra muito grande e preciosa, me fazendo rico para sempre.
Então, o Hindu mexeu na sua trouxa e tirou a pedra e foi dizendo:
- Provavelmente é desta pedra que ele lhe falou; encontrei-a numa trilha da floresta, alguns dias atrás; pode levá-la!
E assim falando, ofereceu-lhe a pedra. O homem olhou maravilhado para ela. Era um diamante e, talvez, o maior jamais visto no mundo. Pegou, pois, o diamante e foi-se embora.
Mas, quando veio a noite, ele virava de um lado para o outro em sua cama, sem conseguir dormir. Então, rompendo o dia, foi ver novamente o Hindu e o despertou dizendo:
- Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um diamante tão grande assim tão facilmente!
- Aquela pedra! Eu quero aquela pedra.
- Mas que pedra? - pergunta-lhe o Hindu.
- Ontem à noite, num sonho, vi meu Senhor Shiva. Ele me disse que se eu fosse para os arredores da cidade, ao pôr-do-sol, eu encontraria um Hindu, que me daria uma pedra muito grande e preciosa, me fazendo rico para sempre.
Então, o Hindu mexeu na sua trouxa e tirou a pedra e foi dizendo:
- Provavelmente é desta pedra que ele lhe falou; encontrei-a numa trilha da floresta, alguns dias atrás; pode levá-la!
E assim falando, ofereceu-lhe a pedra. O homem olhou maravilhado para ela. Era um diamante e, talvez, o maior jamais visto no mundo. Pegou, pois, o diamante e foi-se embora.
Mas, quando veio a noite, ele virava de um lado para o outro em sua cama, sem conseguir dormir. Então, rompendo o dia, foi ver novamente o Hindu e o despertou dizendo:
- Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um diamante tão grande assim tão facilmente!
O Louco - Gibran
Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim:
um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido,
despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas
- as sete máscaras que eu havia confeccionado
e usado em sete vidas -e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma
casa gritou: "É um louco!".
Olhei para cima, pra vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol,
e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei:
"Benditos, bendito os ladrões que roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura:
a e a segurança de não ser compreendido, pois aquele desigual
que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Aconteceu assim:
um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido,
despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas
- as sete máscaras que eu havia confeccionado
e usado em sete vidas -e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma
casa gritou: "É um louco!".
Olhei para cima, pra vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol,
e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei:
"Benditos, bendito os ladrões que roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura:
a e a segurança de não ser compreendido, pois aquele desigual
que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
A Dançarina - Gibran
Certa
vez, vieram a corte do príncipe de Birkasha uma dançarina e seus
músicos. Tendo sido admitida na corte, a jovem dançou a música da
flauta, do alaúde e da cítara.
Executou
a dança das chamas e do fogo e a dança das espadas e das lanças. Dançou
as estrelas e o espaço, e, então, dançou a dança das flores ao vento.
Quando terminou, aproximou-se do príncipe e curvou o corpo, em reverência, diante dele. O príncipe ordenou que ela se aproximasse e perguntou-lhe: “Bela
mulher, filha da graça e do encanto, de onde vem sua arte e o que é
este teu poder de comandar todos os elementos em seus ritmos e versos?”
E a dançarina, aproximando-se, curvou novamente o corpo em reverência e respondeu:“Vossa
alteza, sereníssimo senhor, eu não sei a resposta para tuas perguntas.
Somente isto eu sei: a alma do filósofo habita tua mente, a alma do
poeta habita o teu coração e a alma do cantor habita a tua garganta, mas
a alma da dançarina habita o teu corpo inteiro.”
domingo, 28 de outubro de 2012
Indumentária do Egito | a roupa como distinção social e os rituais de beleza da Rainha Cleópatra.
O Egito foi uma das maiores civilizações que já existiram em todos os tempos. Possuíram um grande conhecimento em diversas áreas, ricos em termos de tecnologia, arte e arquitetura. Sendo eles que, notadamente, deram início à medicina, matemática e astrologia. Também tiveram um grande conhecimento na questão estética e não falo apenas das mulheres, mas também dos homens. Os símbolos de vaidade, beleza e ostentação, sempre foram características marcantes desse povo. Até as pessoas de classes sociais mais baixas gostavam de usar vários ornamentos para se embelezar.
Porém, no
Egito, a indumentária – não usarei a palavra moda, pois naquela época
não existia esse conceito, tendo sido introduzido somente a partir do
século XIX – tinha a função de distinguir as pessoas conforme a hierarquia social.
Por ser uma sociedade estruturada por castas, a cultura permaneceu
inalterada durante anos de sua existência, consequentemente, a
vestimenta também manteve-se relativamente sem mudanças entre 3000 a.C. e
1550 a.C. Os egípcios vestiam-se com o mínimo de roupas, em função do
clima. Como dito, a ostentação estava mais envolvidas com os cosméticos e
acessórios, dando grande valor à aparência física.
As castas mais baixas e os escravos, principalmente as mulheres domésticas, andavam quase ou completamente nus [algo que era visto com naturalidade, de certa forma,
como os indígenas. De certa forma]. Já as castas superiores usavam
vestimentas variadas feitas de linho e algodão – consideravam as fibras
animais impuras e, assim proibidas –. Os cortes eram simples e a cor,
natural. Adoravam a transparência que permitia a visão dos belos corpos
que possuíam.
A roupa mais comum e usada por eles era o chanti,
basicamente um pedaço de tecido amarrado na cintura como uma tanga.
Existiam em vários tamanhos e, quanto mais nobre fosse a casta, mais
requintado era [com bordados em ouro e pedras preciosas, pregas e
gomas]. O haik era uma túnica longa, usada na maioria das vezes pelas mulheres. Já o calasiris era
um item basicamente da classe alta, usado tanto por homens quanto por
mulheres. Ele se constituía em uma capa retangular que podia virar
túnica se costurado do lado, feitas de tecidos leves e transparentes
usada por cima do haik ou do chanti. Quando havia drapeados e plissados ressaltava ainda mais os símbolos de riquezas.
Para os adereços, existia o oskh, que era uma gola larga coberta por jóias, cobrindo o peitoral, usado tanto por homens quanto por mulheres; e a kafle, um adereço de cabeça feito em papiro usado pelos nobres e faráos.

(Rei faraó
usando o chanti, oskh e adereços como braceletes e a coroa. A rainha
está vestida com o haik, kalasires, oskh e um adereço de cabeça da
realeza)
A higiene
era outro quesito essencial para os egípcios. Por esse motivo [e por
outros, evidentemente], se houvesse uma infestação de piolhos, cabeças
de ambos os sexo eram raspadas e cobertas depois com perucas.
Um corpo com pelos não era desejável nem para homens, nem para
mulheres. Acreditava-se que perucas eram usadas também pela proteção do
sol e status social, produzidas com folhas vegetais,
linho, palmeira e até mesmo cabelos naturais. Os que mantinham os
cabelos usavam de forma bem características, com os fios enrolados. Já
os guerreiros usavam capacetes de metal em forma de elmos.
As jóias
utilizadas em abundâncias – colares, braceletes, entre outros– eram
considerados indispensáveis, por isso eram colocadas nas sepulturas.
Para o povo eram jóias feitas de vidros, para os nobres, pedras preciosas
não lapidadas. Os faráos usavam peles de leopardo jogadas por cima dos
ombros, para demonstrar poder. Há referências que dizem que nos pés,
somente o faraó e os sacerdotes podiam calçar sandálias
– feitas de papiro –. Mulheres e todo o resto da sociedade, seja rico,
seja pobre, andavam descalços. No entanto, essa afirmação não é bem
estabelecida, pois existem estudiosos que dizem que todos podiam usar,
mas não era algo tão comum na civilização, afirmando ser no Egito em que
nasceram as primeiras sandálias.
Os antigos egípcios davam uma enorme importância para o vestuário, jóias e principalmente os cosméticos,
e às vezes é difícil acreditar que os óleos, aromatizantes, esfoliação,
argila, hena, maquiagem, esmalte entre outros iten [tão comuns e
indispensáveis atualmente], já estiveram presentes numa civilização tão
distante da nossa. A hena já era utilizada para tingir unhas, escurecer cabelos e pintar o corpo. Nos olhos marcados usavam maquiagem preta e sombra verde
E claro: falar de beleza no Egito é falar na rainha Cleópatra,
para quem vaidade era primordial. Como maquiagem, Cleópatra aplicava ao
redor dos olhos o “kohl” preto – ou malaquita verde. A aplicação era
realizada com uma vara feita a partir de materiais como hematita
obsidiana e bronze ou aplicada com rolha da garrafa, alongada em uma
ponta para ser mergulhado na tinta. Suas pálpebras e sobrancelhas também
foram reforçadas com kohl umedecido em pó, aumentando e delineando ainda mais seu olhar.
Ela também explorava matérias-primas curativas, composições como o kyphi e óleos aromáticos. O costume de ungir o corpo com óleo
era uma rotina, ainda mais por causa do tempo seco ao redor do Nilo. Um
dos óleos utilizados era o óleo de ambrette (proveniente das sementes
de plantas Hibiscus) ou óleos provenientes da Grécia. Outro truque de
beleza de Cleópatra era o uso da Aloe Vera na pele e nos cabelos. Era
comum naquela época também o uso do “Bálsamo da Meca” (ou Bálsamo de
Gileade, como é chamado na Bíblia ¬- que é uma goma resinosa da árvore
de “gileadensis Commiphora), que foi usado para tornar a pele macia e
sedosa.
Cleópatra gostava de destacar os lábios com um gel feito a partir de ocre vermelho
e gordura, ou de uma das plantas utilizadas para tingimento. As
bochechas também eram destacadas com um pouco de ocre vermelho e
gordura. Para o realce natural dos seios, massageava-os com um soro
contendo erva-doce e endro – ervas que contêm
fitoestrógenos, hormônios vegetais naturais que imitam o estrogênio, que
é encontrado no corpo de uma mulher-.
E não era somente por estética não, tinha seus motivos de saúde
também. Há uma pesquisa realizada no final de 2009 por pesquisadores do
Museu do Louvre em parceria com o Instituto francês CNRS que dizem que
os produtos usados pela rainha do Egito continham uma pequena quantidade
de sais de chumbo, que preveniam
infecções no olho. A mesma pesquisa afirma que quando alguém tinha
problemas de infecção na região, a maquiagem era usada como remédio.

(Amostra
de um vaso de alabastro. Os sacerdotes egípcios faziam um grande uso de
perfumes para homenagear as divindades que eram colocados nesses vasos.
Era também o perfume que a rainha usava)
Não é atoa
que o Egito foi uma das maiores e mais importante civilizações antigas;
sua história vai além das já grandiosas construções das pirâmides, o
rio Nilo e do enorme poder.
OS DEUSES EGÍPCIOS
Os
deuses do antigo Egito, foram Faraós que reinaram no período pré
dinástico. Assim, os mitos foram inspirados em histórias que aconteceram
de verdade, milhares de anos antes de sua criação. Para a cultura do
antigo Egito o casamento consangüíneo tinha o sentido de
complementaridade, unir céu e terra, seco e úmido, por essa razão
diversos deuses eram irmãos que se casavam entre si.
Osiris foi o primeiro Faraó e, que com o passar do tempo foi divinizado. Seu reinado em vida marcou uma época de prosperidade e ao morrer passou a ser o soberano do reino dos mortos. Os deuses egípcios eram representados ora sob forma humana, ora sob forma de animais, considerados sagrados. O culto de tais animais era um aspecto importante da religião popular dos egípcios. Os teólogos oficiais afirmam que neles encarnava-se uma parcela das forças espirituais e da personalidade de um ou mais deuses. Deve ser entendido que o “deus” não residia em cada vaca ou em cada crocodilo. O culto era dirigido a um só indivíduo da espécie, escolhido de acordo com determinados sinais e entronizado num recinto especial. Ao morrerem, os animais sagrados eram cuidadosamente mumificados e sepultados em cemitérios exclusivos.
Osiris foi o primeiro Faraó e, que com o passar do tempo foi divinizado. Seu reinado em vida marcou uma época de prosperidade e ao morrer passou a ser o soberano do reino dos mortos. Os deuses egípcios eram representados ora sob forma humana, ora sob forma de animais, considerados sagrados. O culto de tais animais era um aspecto importante da religião popular dos egípcios. Os teólogos oficiais afirmam que neles encarnava-se uma parcela das forças espirituais e da personalidade de um ou mais deuses. Deve ser entendido que o “deus” não residia em cada vaca ou em cada crocodilo. O culto era dirigido a um só indivíduo da espécie, escolhido de acordo com determinados sinais e entronizado num recinto especial. Ao morrerem, os animais sagrados eram cuidadosamente mumificados e sepultados em cemitérios exclusivos.








OSÍRIS: irmão e marido de Isis, pai de Hórus. A origem de Osíris consta nos relatos da criação do mundo, sua geração é a ultima a acontecer e não representa mais os elementos materiais (espaço, luz, terra, céu…). Na lenda, que evoca o retorno da vida com a cheia do Nilo, após o período da seca, Osíris é morto, destruído e ressuscitado, representando a morte e renascimento da vegetação e de todos os seres. Por essa razão, ele é o deus dos mortos e do renascimento, rei e juiz supremo do mundo dos mortos. Acredita-se que ele tenha sido o primeiro Faraó e que ensinou aos homens as artes da agricultura e da civilização.

ÍSIS:, é a mais popular de todas as deusas egípcias, considerada a deusa da família, o modelo de esposa e mãe, invencível e protetora. Usa os poderes da magia para ajudar os necessitados. Ela criou o rio Nilo com as suas lágrimas. Conta a lenda que, após a morte de Osíris, ela transforma-se em um milhafre para chorá-lo,reúne os pedaços de seus despojos, se empenha em reanima-lo e dele concebe um filho, Horus. Ela defende com unhas e dentes seu rebento contra as agressões de seu tio Seth. Perfeita esposa e mãe ela é um dos pilares da coesão sócio-religiosa egípcia. Usa na cabeça um assento com espaldar (trono) que é o hieróglifo de seu nome.



HÁTOR: personificação das forças benéficas do céu, depois de Isis, é a mais venerada das deusas. Distribuidora do amor e da alegria, deusa do céu e protetora das mulheres, nutriz do deus Hórus e do faraó, patrona do amor, da alegria, da dança e da música. Também é a protetora da necrópole de Tebas, que sai da falésia para acolher os mortos e velar os túmulos. Seu centro de culto era a cidade de Dendera, mas havia templos dessa divindade por toda parte. É representada na forma de uma mulher com chifres de vaca e disco solar na cabeça, uma mulher com cabeça de vaca ou por uma vaca que usava um disco solar e duas plumas entre os chifres. As vezes é retratada por um rosto de mulher visto de frente e provido de orelhas de vaca, a cabeleira separada em duas abas com as extremidades enroladas.



MAÁT: esta deusa, que traz na cabeça uma pluma de avestruz, representa a justiça e a verdade, o equilíbrio, a harmonia do Universo tal como foi criado inicialmente. É também a deusa do senso de realidade. Filha de Rá e de um passarinho que apaixonando-se pela luminosidade e calor do Sol, subiu em sua direção até morrer queimado. No momento da incineração uma pena voou. Era Maat. É a pena usada por Anúbis para pesar o coraçáo daqueles que ingressam no Dwat. Em sociedade, este respeito pelo equilíbrio implica na prática da equidade, verdade, justiça; no respeito às leis e aos indivíduos; e na consciência do fato que o tratamento que se inflige aos outros pode nos ser infligido. É Maát, muito simbolicamente, que se oferece aos deuses nos templos. Protetora dos templos e tribunais.

PTAH:, deus de Mênfis que foi a capital do Egito no Antigo Império, Ptah é “aquele que afeiçoou os deuses e fez os homens” e “que criou as artes”. Concebeu o mundo em pensamento e o criou por sua palavra. Seu grande sacerdote chama-se “o superior dos artesãos”. É, realmente, muito venerado pelos trabalhadores manuais, particularmente pelos ourives. Tem o préstimo dos operários de Deir el-Medineh. Apresenta-se com uma vestimenta colante que lhe dá a impressão de estar sem pescoço e usando na cabeça uma calota. Tem como esposa a deusa Sekhmet e por filho Nefertum, o deus do nenúfar ( plantas aquáticas ).

SEKHMET:, uma mulher com cabeça de leoa, encimada pelo disco solar, era uma de suas representações que, por sua vez, simbolizava os poderes destrutivos do Sol. Embora fosse uma leoa sanguinária, também operava curas e tinha um frágil corpo de moça. Era a deusa cruel da guerra e das batalhas e tanto causava quanto curava epidemias. Essa divindade feroz era adorada na cidade de Mênfis. Sua juba ( dizem os textos ) era cheia de chamas, sua espinha dorsal tinha a cor do sangue, seu rosto brilhava como o sol… o deserto ficava envolto em poeira, quando sua cauda o varria…






ÁPIS:, o boi sagrado que os antigos egípcios consideravam como a expressão mais completa da divindade sob a forma animal e que encarnava, ao mesmo tempo, os deuses Osíris e Ptah. O culto do boi Ápis, em Mênfis, existia desde a I dinastia pelo menos. Também em Heliópolis e Hermópolis este animal era venerado desde tempos remotos. Essa antiga divindade agrária, simbolizava a força vital da natureza e sua força geradora.



APÓFIS:, a serpente que habitava o além-túmulo, representava as tempestades e as trevas. É descrita no chamado Livro de Him no Inferno, uma obra que narra a viagem do deus-Sol pelo reino das sombras durante a noite. Nessa jornada, enquanto visitava o reino dos mortos, a divindade lutava contra vários demônios que tentavam impedir sua passagem. As serpentes estavam entre os adversários mais perigosos e o demônio líder de todos eles era Apófis a grande serpente.
A
mitologia egípcia inclui muitos deuses e deusas, entretanto, geralmente
representam o mesmo conjunto de forças e arquétipos. O grupo acima
descrito, resume de modo satisfatório o grande panorama da religião
egípcia que perdurou durante milênios.
Nomes Árabes Femininos
Aqui você encontra uma lista de Nomes Árabes Femininos com suas traduções.
AAbia – Fantástica, Excelente
Abida – Praticadora Da Religião
Abir, Abeer – Fragrance
Ablah, Abla’ – Perfeitamente Formada
Abra – Exemplo, lição
A’dab – Esperança / Necessidade
Adara – Virgem
Adiba – Culturada, Educada
Adila, Adilah, Adeela – Igual / Igualdade
Adiva – Adorável / Gentil
Afaf – Virtuosa, Digna, Pura
Afifah – Virtuosa
Afra’ – Branca
Ahd – Promessa / Conhecimento / Sabedoria
Ahlam – Aquela Que Tem Sonhos Agradáveis / Imaginativa
A’idah, Aida – Visitas / Recompensa / Retorna
Ain – Olho / Preciosa
Aini – Primavera / Flor / Fonte / Escolha
A’ishah, Aisha, Ayishah – Vivida, Próspera, A Mulher Mais Nova Do Profeta (Que A Paz E A Benção Estejam Com Ele)
Akilah – Inteligente, Ter Lógica, Ter Razão
Alhena – Um Anel / A Estrela Da Constelação Gemini
Alima – Sábia / Inteligente
Alimah – Ter Dote Para A Música Ou Dança
Aliyyah, Aliah, A’lia – Exaltada, Nobre, Mais Alta Posição Social
Almas – Diamante
Aludra – Virgem
Alzubra – Uma Estrela Na Constelação Leo
Amal, A’mal, Amala – Esperanças, Aspirações
Amani – Desejos
Amatullah – Serva Feminina De Allah
Amber – Jóia
Aminah, Ameena – De Confiança / Fiél
Amineh – Fiél
Amirah, Ameera – Princesa, Líder
Amtullah – Serva Feminina De Allah
Anan – Nuvens
Anbar – Perfume, Âmbar
Anisah – Íntima, Perta, Boa Amiga
Anwar – Raios De Luz
Ara – Pareceres
Areebah – Espirítuosa / Esperta
Arub – Amabilíssima Para O Seu Marido
Asima – Protectora
Asiya – Aquela Que Tende Para O Fraco / Aquela Que Cura
Asma’ – Excelente / Preciosa / Filha De Abu Bakr
Atifa – Carinhosa / Simpática
Atiya – Presente
Ayah – Sinal / Distinta / Nome Árabe Para Uma Linha No Sagrado Alcorão
Azhar – Flores
Azizah, Azeeza – Estimada, Preciosa, Acarinhada
Azzah – Jóvem, Fêmea Gazela B
Badi’a – Admirável, Única
Badra – Lua Cheia
Badriyyah – Parecida / Similar Á Lua Cheia
Bahira, Baheera – Fantástica / Brilhante
Bahiya – Bela / Linda / Bonita / Radiante
Balqis – Nome Da Rainha De Sheba
Banan – Delicada / Ponta Dos Dedos
Baraka – Aquela Que É Branca / Boa
Bari’ah – Excelente
Barika – Ser Bem Sucedisa
Bashirah, Basheera – Aquela Que Traz Alvíssaras / Traz Alegria
Basimah, Baseema – Sorriso
Basmah – Um Sorriso
Batul, Batool – Virgem Ascética
Bilqis – Rainha De Sheba
Bushra – Bom Presságio / Futuro
Buthaynah, Buthayna – De Corpo Bonito / Macio
C
Cala – Castelo
Cantara – Ponte Pequena
D
Dahab – Ouro
Dalal – Tratada Ou Tocada De Uma Espécie E Forma Amorosa
Duha, Dhuha – Manhã
F
Fadilah, Fadheela – Virtuosa / Superior / Culta / Requintada
Fadwa – Nome Derivado De Auto-Sacrifício
Faizah – Victoriosa / Vencedora
Falak – Estrela
Farah – Alegria
Faridah, Fareeda – Única / Imcomparável / Pérola Preciosa Ou Gema
Farihah, Fareeha – Feliz / Alegre
Fatimah, Fatima – Filha Do Profeta (Que A Paz & A Benção Estejam Com Ele)
Fatin or Fatinah – Atraente / Cativante / Encantadora
Fawziyyah, Fawziya, Fazia – Bem-Sucedida / Vitoriosa
Fellah – Jasmine Árabe
Firyal – Nome
Firdaws, Firdoos – Jardim Mais Alto No Paraíso
G
Ghadah – Linda / Bela / Bonita
Ghaliyah – Perfumada / Fragrante
Ghaniyah – Rapariga Bonita / Bela Mulher
Ghayda – Jóvem E Delicada
Ghusun, Ghusoon – Ramos De Uma Árvore
H
Habibah – Amada / Querida
Hadiya – Guiada Para A Justiça
Hadiyyah – Um Dom
Hafsah – Esposa Do Profeta (Que A Paz & Benção Estejam Com Ele)
Hafthah – Preservada / Protegida
Haifa, Hayfa’ – Delgada / De Corpo Bonito
Halah – Auréola
Halimah, Haleema – Gentil / Amabilíssima / Doce / Leve-Temperada
Hamidah, Hameeda – Louvável
Hana’ – Alegria
Hanan – Mercy
Hanifah, Hanifa, Haneefa – True believer
Haniyyah – Pleased, happy
Hasna’ – Beautiful
Hayam – Deliriously in love
Hayat – Life
Hessa – Destiny
Hibah – Misericórdia / Piedosa
Hind – Nome Próprio
Huda, Hooda – Guiada Para O Bem
Humahuaca – Pássaro Que Traz Alegria
Huriyyah, Hooriya – Anjo
Husn – Beleza
Husniyah – Bela / Bonita / Encantante
I
Ibtihaj – Alegria
Ikram – Honra / Hospitalidade / Generosidade- Intuition
Ilham – Idea Intuitiva
Iman – Fé / Crença
Imtithal – Bem Educada / Obediente
In’am – Amabilidade / Gentileza / Beneficiência
Inas – Sociável
Inaya – Concerno / solicitude
Intisar – Triunfo
Izdihar – Flores / Florescendo
J
Jala’ – Clareza / Elucidação
Jamilah, Jameela – Bonita / Amável / Graciosa
Janan – Coração / Alma
Johara – Jóia
Jumanah – Pérola Cinzenta
K
Kalila – Amada / Querida
Kamilah – Perfeita
Karida – Não-Tocada
Karimah, Kareema – Generosa / Nobre
Kawthar – Rio No Paraíso
Khadijah, Khadeeja – Primeira Esposa Do Profeta (Que A Paz & A Benção Estejam Com Ele)
Khalidah – Imortal
Khayriyyah, Khairiya – Caridosa / Caridade / Boa
Khulud, Khulood – Imortalidade
Kulthum, Kulthoom – Filha Do Profeta (Que A Paz & A Benção Estejam Com Ele)
L
Lama – Escureza De Lábios
Lamis, Lamees – Suave Ao Toque
Lamya’ – Lábios Escuros
Latifah, Lateefa – Suave / Amável / Agradável / Amigável
Layla, Leila – (Nascida Durante A) Noite
Lina, Leena – Ternura
Lubabah – A Essência De Intimidade
Luloah – Uma Pérola
Lu’lu’ – Pérolas
M
Madihah, Madeeha – Louvavél
Maha – Vaca Selvagem / Olhos De Vaca
Ma’isah – Andando / Balançando / Marchando Com Olhar Orgulhoso
Maizah – Astuta / Perspicaz
Majidah, Majeeda – Gloriosa
Makarim – De Carácter Digno E Bom
Malak – Anjo
Malika – Rainha
Manal – Realidade / Realização
Manar – Luz Guiadora
Maram – Aspiração
Mariam, Maryam – Mão De Isa (Jesus) (Que A Paz E A Benção Estejam Com Ele) / Termo/Forma Árabe Para “Maria”
Mas’ouda – Feliz / Sortuda / Sorte
Mawiyah – A Essência Da Vida
Maymunah – Abençoada
May – Velho Nome Árabe
Maysa’ – Andando / Balançando / Marchando Com Olhar Orgulhoso
Maysun, Maysoon – De Belo Rosto/Corpo
Mayyadah – Andando / Balançando / Marchando Com Olhar Orgulhoso
Mufidah, Mufeeda – Útil
Muhjah – Sangue Do Coração / Alma
Muminah – Devotada / Crente
Muna, Mona – Desejo /
Munirah, Muneera – Iluminante / Luminosa / Esclarecida
Mushirah, Musheera – Dar Conselho / Aconselhar
Muslimah – Crente / Aquela Que Se Submite Á Vontade De Deus / Muçulmana
N
Nabihah, Nabeeha – Inteligente
Nabilah, Nabeela – Nobre
Nada – Generosa
Nadia – O Começo /Começo / A Primeira
Nadidah, Nadeeda – Equal / Rival
Nadirah – Rara / Preciosa
Nafisah, Nafeesa – Uma Coisa Preciosa
Nahlah – Uma Bebida De Água
Na’ilah – Adquiridora / Aquela Que Consegue
Na’ima, Na’imah – Comforto / Amenidade / Tranquilidade / Paz
Najah – Sucesso
Najat – Segura / Segurança
Najibah, Najeeba – De Nobre Nascimento
Najiyah – Segura
Najla – De Olhos Grandes/Largos
Najwa – Conversas Confidenciais / Falar Em Secreto
Najya – Vitoriosa
Nashida – Estudande
Nashita – Energética / Cheia De Vida
Nashwa – Fragrancia, Perfume, Que Qual Intóxica
Nasiha – Aquela Que Dá Conselhos Valiosos
Nasira – Vitoriosa / Ajudante
Nathifa – Limpa / Pura
Nawal – Presente / Dote
Nawar – Flor
Nazahah – Pureza / Honestidade
Nazihah – Honesta
Nazirah – Semelhante / Igualdade / Combinada
Nibal – Setas
Nida – Chamada
Ni’mah – Benção
Ni’mat – Benções
Nouf – Ponto Mais Alto Numa Montanha
Nudar, Nudhar – Ouro
Nuha – Inteligência
Numa – Bonita E Agradável
Nur, Noor – Luz
Q
Qubilah – Harmoniosa
R
Rabab – Núvem Branca
Rabi’ah – Jardim, Primavera
Radeyah, Radhiya – Contente / Satisfeita
Radwa, Radhwa – Uma Montanha Em Madinah
Rafa’ – Alegria / Properidade
Raghd – Agradável
Rahimah – Clemente, Compassionada
Ra’idah – Líder
Raja’ – Esperança / Prometedora
Rana – Olhar / Olhadela
Rand – Árvore De Bom Aroma
Raniyah – Um Olhar
Rasha – Gazela Jóvem
Rashida, Rasheeda – Sábia / Madura
Rawdah, Rawdha – Jardim
Rawiyah – Transmissor Da Poesia Antiga Árabe
Rayya – Saciar Com Bebida
Rida – Preferida/Favorecida Por Allah
Rihana – Basilicão Suave
Rim, Reem – Gazela
Rima, Reema – Antílope Branco
Rukan – Estável / Firme / Confidente
Ruqayyah, Ruqaya – Gentlíl / Filha Do Profeta (Que A Paz E A Benção Estejam Com Ele)
Ruwaydah – Andar Gentíl
S
Sabah – Manhã
Sabirah – Paciente
Safa – Clareza / Pureza / Serenidade
Safiyyah – Sem-Problemas / Serena / Pura / Melhor Amiga
Sahar – Madrugada / Aurora
Sahlah – Suave / Macia / Fluente
Saidah – Feliz / Afortunada
Saihah – Boa / Útil
Sakinah, Sakeena – Inspirada Por Allah / Paz Na Mente / Traquila
Salihah – Corecta, Acordável
Salimah, Saleema – Paz, Ipecável / Robusta / Saudável / Segura
Salma – Pacífica / Calma
Salwa – Consolada / Comfortada
Samah – Generosa
Samar – Conversa Á Noite
Sameh – Aquela Que Perdoua
Samihah, Sameeha – Generosa
Samira, Sameera – Uma Companheira Feminina Divertida
Samiyah – Elevada, Exaltada
Sana’ – Brilo / Brilhante (De Ver)
Sawsan – Lírio De Um Vale
Shadha – Aromático
Shadiyah – Cantora
Shahrazad – Contador Da “História De 1001 Noites”
Sharifah, Shareefa – Nobre
Siham – Setas
Souad or Su’ad
Suha – Nome De Uma Estrela
Suhailah, Suhaylah, Suhayla – Delicada / Suave / Fluente
Suhaymah – Seta Pequena
Suhayr, Suhair
Sumayyah, Sumaiya
T
Tahirah – Pura
Takiyah – Piedosa / Certa
Talibah – Procuradora De Conhecimento
Tarub, Taroob – Alegre / Animada / Contente
Thana’ – Agradecida
Thara’ – Fortuna / Riqueza
Thurayya – Estrela
U
Umayma – Mãe Pequena
W
Wafa’ – Ter Fé
Wafiqah, Wafeeqa – Ter Sucesso
Wafiyyah, Wafiya – Fiel / Leal / Verdadeira
Wahibah – Aquela Que Dá / Doadora
Wajihah, Wajeeha – Eminente, Distínguida
Walidah – Recém Nascida
Warda, Wardah, Wordah – Rosa
Widad – Amor / Amizade
Wijdan – Sentimento
Wisal – Comunião De Amor
Y
Yafiah – Alto
Yakootah – Esmeralda
Yamha – Pomba
Yaminah – Certa / Próspera
Yasirah – Flexível / Complacente
Yasmine, Yasmin, Yasmeen – Jasmim
Yumn – Boa Furtuna / Sucesso
Yusra – Nome Próprio
Z
Zafirah – Vitoriosa / Ter Sucesso
Zahirah – Brilho / Que Brilha / Iluminosa
Zahra’ – Branca
Zahrah – Flor / Beleza / Estrela
Zainab, Zaynab – Filha Do Profeta (Que A Paz & A Benção Estejam Com Ele)
Zakiyyah – Pura
Zaynah, Zaina – Bela / Beleza / Bonita
Zubaidah – Excelente
Traduzido Por Youssef F.
Retirado de http://mundoislamico.wordpress.com/
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